Brasil Central Music - Goiânia/GO - 17/11/2010
Mesa 02: Partido da Cultura - PCult
Participantes: Fabio
Pedroza (Móveis Coloniais de Acaju e CEBAC), Pablo Kossa (Fósforo
Cultural) e Talles Lopes (Abrafin e Circuito Fora do Eixo)
Os dois primeiros
convidados da mesa fizeram observações sobre a atuação política
da classe cultural local, trazendo o contexto do Distrito Federal e
de Goiânia respectivamente.
No Distrito Federal, a
classe se uniu e escreveu em conjunto uma carta de princípios para
ser apresentada aos candidatos da última eleição, sendo endossada
por 3 representantes deles. Consideraram a mobilização eficaz, e
agora se unem para procurar as formas de cobrar a colocação em
prática das atividades descritas, o que seria uma grande revolução
na cultura local, já que a situação atual por lá é de grande
descaso na área.
Já Goiânia vem
apresentar talvez uma das mais eficientes mobilizações da sociedade
civil em torno do Pcult nessas eleições. De acordo com Kossa, eles
já haviam conquistado muita coisa, principalmente no meio do rock
independente da cidade, mas viram toda essa construção se ruir aos
poucos, levando a um retrocesso da política cultural praticada. Um
dos ícones desse momento delicado foi a desativação do Centro
Cultural Oscar Niemeyer, espaço que vinha sendo ocupado
estrategicamente por representantes ativos da produção cultural da
cidade. Diante dessa situação, a classe cultural se mobilizou e fez
barulho através do movimento “Rock pelo Niemeyer”, onde diversos
artistas e agentes da cultura local, principalmente ligados ao rock
independente, foram às ruas, com direito a trio elétrico, numa
movimentação até o espaço desativado pelo poder público, o que
gerou grande repercussão não só no âmbito local, mas também
nacionalmente.
Logo em seguida esses
movimentos ganharam voz ativa dentro dos planos de governo dos
candidatos da eleição, e passaram a pautar diretrizes do setor
cultural, que a partir de agora serão acompanhadas de perto por essa
mobilização.
Já Talles Lopes veio
trazer uma visão mais global do Partido da Cultura. Ele começa
colocando a origem do PCult, que surge como um movimento apartidário
que visa trazer a cultura para dentro da pauta política, e mostrar
que ela é uma plataforma econômica que transversa com várias
outras áreas da estrutura social da sociedade.
Talles ainda faz
análise que a ocupação dentro do debate eleitoral do executivo não
foi de grande êxito nesse primeiro momento, mas que houveram
interessantes diálogos com parlamentares em diversos estados.
Finalizando, é
colocado os próximos desafios do Pcult agora nesse período
pós-eleição:
- construir um programa
mais concreto com os princípios levantados durante o período
anterior para ser levado aos novos nomes que assumirão papéis na
nova configuração política de cada localidade;
- articular um campo de
interlocução parlamentar cada vez mais forte em cada estado,
erguendo uma frente da cultura que assumirá o papel de cobrança, de
pressão;
- estruturar um núcleo
de pesquisa para fornecer dados para defender os princípios
levantados e apresentados à esses representantes culturais,
possibilitando uma defesa mais concreta dos argumentos posicionados.
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