quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mestre Jonas @ João Pessoa - 17/12

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Leopoldina @ João Pessoa - 17/12

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Feira Música Brasil 2010

Começou a Feira Música Brasil 2010, sediada em Belo Horizonte de 08 a 12 de dezembro. O Música Minas está com um grande estande na Feira, distribuindo os catálogos de artistas/grupos e produtores mineiros produzido pelo programa. A Feira conta com a presença de vários agentes de todo o Brasil e do mundo, que podem ser futuros parceiros da música mineira, seja recebendo artistas mineiros em festivais, seja indicando grupos para tocar em festivais e casas de show de Minas Gerais.


Confiram a programação no site da Feira Música Brasil.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sérgio Santos na Argentina - 08/12

Os selecionados pelo Edital de Circulação em 2010 continuam circulando o Brasil e o mundo. Agora é a vez de Sérgio Santos, recentemente indicado para o Grammy Latino na categoria "Best Brazilian Song", fazer seu primeiro show pelo Edital, mostrando seu mais recente trabalho "IÔ SÔ" para os hermanos argentinos.


Segue abaixo a divulgação produzida para essse show.


SERGIO SANTOS EN ARGENTINA
Referente vital de la nueva música del BRASIL, especialmente de su tierra MINAS GERAIS.
BORIS / 8 de diciembre, 21 horas.
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Litoral e Interior es el sexto CD del compositor, cantor y guitarrista brasileño SERGIO SANTOS. Dueño de una obra expresiva y de un lenguaje propio de composición, este último trabajo tiene un lugar especial en su discografía. Su objetivo es construir una narrativa donde el tema son las diferencias que cortan la cultura brasileña a través de composiciones inéditas. En este disco, una vez más Sergio Santos cuenta con la poesía de Paulo César Pinheiro, uno de los más importantes letristas de su país, y su compañero más constante, lo que representa la continuidad de una de las duplas compositivas de mayor referencia en el escenario actual del Brasil. 
Es principalmente el material de este trabajo, nominado recientemente a los Premios GRAMMY Latinos, el que presentará para su concierto en Buenos Aires, sin dejar, en tanto, de escoger otras músicas de sus anteriores CDs, componiendo así un panorama vasto de su trayectoria como compositor.
Santos contará en el escenario con dos destacados músicos de la actualidad de su país: el percusionista Sérgio Silva y el pianista André Mehmari.
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SERGIO SANTOS EN ARGENTINA
André Mehmari, piano
Sergio Silva, percusión
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BORIS
Gorriti 5568, Palermo Hollywood - Tel. 4777 0012

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Programa Música Minas promove a circulação de artistas pelo Brasil e o mundo

Os 20 shows em diversos estados do Brasil e na Argentina, fazem parte de política de exportação da música mineira

Iniciado no segundo semestre de 2010, a segunda edição do Programa Música Minas já selecionou 15 propostas no Edital de Intercâmbio Cultural (encerrado) e enviou representantes para feiras importantes como a CMJ Music Marathon (Nova York), Womex (Copenhague) e Brasil Central Music (Goiânia). Ainda serão produzidos 300 catálogos com mais de 100 artistas e produtores. Idealizado pelo Fórum da Música, realizado em parceria com a Fundação Clóvis Salgado e o Governo do Estado, o projeto tem o objetivo de dar visibilidade a música mineira em palcos de destaque no Brasil e no exterior, contando com um orçamento de R$1,1 mi.
Jorge Bonfá, Leopoldina e Mestre Jonas

A partir de novembro, começaram a circular os 10 artistas selecionados no Edital de Circulação. Estão programados 20 shows, dois por artista, até o final deste ano em estados brasileiros como Bahia, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo e também na Argentina.

Sobre os artistas selecionados

Um dos artistas tradicionais que irá circular é o músico Sérgio Pererê. Reconhecido pelo grande talento e por criar o “Tambolelê”, grupo de repercussão internacional. Outro nome de bastante renome é a cantora Titane,  que pesquisa e experimenta a música e suas interfaces com o corpo, as artes cênicas, a ecologia e o contato com o coletivo. Já a cantora Leopoldina é uma revelação da música mineira e tem a trajetória construída por um caminho de paixão pela música, profissionalismo e de trabalhos que se destacam pelo requinte de arranjos e a diferenciada interpretação.

Além destes, o minimalismo instrumental de Alexandre Andrés, a brasilidade e a erudição de Jorge Bonfá, a versatilidade de Kristoff Silva, a originalidade de  Sérgio Santos, a sensibilidade e fluidez de Weber Lopes e o afro beat de Mestre Jonas, são características dos outros artistas que representam Minas Gerais dentro do projeto.

Da nova geração, destaca-se a banda Graveola e o Lixo Polifônico. O grupo faz uma mistura bem interessante de música popular. Seu trabalho é uma oficina de experimentação, uma caixa de possibilidades poético-sonoras. São improvisadores capengas, falsários poliformes: tudo é referência na colagem musical onde descontrole e acaso vêm à tona e gritam por espaço.

 

Sobre a curadoria

Em agosto de 2010, a curadoria do Edital de Circulação do Programa Música Minas, formada por Alexis Parrot, Benjamin Taubkin, João Paulo Cunha, Pedro Alexandre Sanches e Werner Silveira, se reuniu para selecionar os artistas do referido edital e assim descreve o encontro:

"A Banca Examinadora reconhece o excelente nível de várias propostas enviadas e o momento criativo por que passa a música em Minas Gerais. Não foi sem dificuldade que chegamos ao resultado final. Procuramos contemplar a diversidade da música de Minas com projetos que a nós pareceram originais e em diálogo com o momento atual da cultura brasileira".

Sobre os shows

Os shows estão sendo agendados pelo núcleo gestor do Programa Música Minas, juntamente com os artistas, de forma a selecionar as melhores oportunidades para cada proposta artística. Cada artista/grupo selecionado recebe R$10 mil por apresentação, estando inclusos os gastos com cachês, hospedagem, alimentação e traslados. Os artistas também deverão realizar uma oficina no interior do estado como contrapartida.

Shows realizados
12 e 14 /11 - Jorge Bonfá @ Puerto Madryn/ARG - Teatro Del Muelle
15/11 - Jorge Bonfá @ Puerto Madryn/ARG - Margarita Pub
17/11 - Graveola e o Lixo Polifônico @ Belém/PA - Festival Se Rasgum
17/11 - Leopoldina @ Porto Alegre/RS - Feira da Música do Sul
17/11 - Mestre Jonas @ Porto Alegre/RS - Feira da Música do Sul
27/11 - Sérgio Pererê @ São Paulo/SP - Sesc Ipiranga
02/12 - Alexandre Andrés @ Curitiba/PR - Paiol
03/12 - Weber Lopes @ Fernando de Noronha/PE - Tamar
04/12 - Titane @ Salvador/BA - Mercado Cultural de Salvador
05/12 - Kristoff Silva @ Salvador/BA - Mercado Cultural de Salvador

Próximos shows
08/12 - Sérgio Santos @ Buenos Aires/ARG - Sala Boris
10/12 - Weber Lopes @ Buenos Aires/ARG - Notórius
15/12 - Alexandre Andrés @ São Paulo/SP - Espaço Cachuera
15/12 - Graveola e o Lixo Polifônico @ Campinas/SP - Bar do Zé
17/12 - Noite Mineira (Sérgio Pererê, Titane, Mestre Jonas e Leopoldina) @ João Pessoa/PB - Som das Seis
17/12 - Sérgio Santos @ São Paulo/SP - Espaço Cachuera
18/12 - Kristoff Silva @ São Paulo/SP - Espaço Cachuera

Sobre o Fórum da Música de Minas

O Fórum da Música de Minas Gerais une entidades (AAMUCE (Associação dos Amigos do Museu Clube da Esquina), AMMIG (Associação Artística dos Músicos de Minas Gerais), FEM (Fora do Eixo Minas), COMUM (Cooperativa da Música de Minas), Rede Catitu e SIM (Sociedade Independente da Música) para catalisar e promover o diálogo entre a Secretaria Estadual de Cultura e a classe musical mineira.

Conveniou o Programa Música Minas, ação em parceria com a Fundação Clóvis Salgado FCS, a Secretaria de Estado de Cultura e o Governo do Estado, que prevê o posicionamento da música produzida em Minas Gerais em lugar expressivo no mercado estadual, nacional e internacional, mostrando sua diversificada e rica produção, escoando seus produtos e formando público para seus artistas.Em 2009 o programa teve grande atuação, ganhando destaque e tornando-se exemplo a ser seguido pelos participantes da cadeia produtiva da música popular.

Entre os projetos e articulações do Fórum da Música no ano anterior estão o Edital de Intercâmbio Cultural, que viabiliza as passagens aéreas para artistas que tiverem convites de festivais e eventos nacionais e internacionais de expressividade e a produção de catálogos setoriais, dividos por gêneros, e um de produtores e programadores de festivais, que visa abrir as portas de Minas para receber artistas de fora. Além disso, foram realizadas várias parcerias e convênios com entidades estrangeiras, além da articulação para trazer a Feira Música Brasil 2010 para Belo Horizonte.

Mais informações:

Release dos artistas: http://bit.ly/guC87S
Foto dos artistas: http://bit.ly/e43Gew

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Titane em João Pessoa 17/12

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sérgio Pererê em São Paulo no próximo sábado 27/11

sábado, 20 de novembro de 2010

EDITAL DE INTERCÂMBIO – ANTECIPAÇÃO DA DATA FINAL DE INSCRIÇÃO

COMUNICADO PROGRAMA MÚSICA MINAS

EDITAL DE INTERCÂMBIO – ANTECIPAÇÃO DA DATA FINAL DE INSCRIÇÃO

Comunicamos a classe musical que o Edital de Intercâmbio do Programa Música Minas terá a data final de inscrição antecipada devido ao Decreto de no. 45.493 de 12/11/2010. O referido Decreto foi publicado no dia 13/11/2010 e dispõe sobre o encerramento do exercício financeiro do referido ano para os órgãos e entidades da Administração Pública estadual. Como neste ano, em caráter de exceção, a Fundação Clóvis Salgado é a executora do Programa Música Minas, essa medida legal impacta diretamente todas as ações relacionadas ao Programa.

O Edital de Intercâmbio tem como objetivo a promoção e difusão da Música produzida em Minas no Brasil e no exterior. Para alcançar tal objetivo passagens aéreas são concedidas para participação em eventos prioritariamente culturais, promovidos por instituições brasileiras ou estrangeiras, de reconhecido mérito, com a finalidade de: apresentação de trabalho próprio e representativo da cena musical; promoção da música de Minas; residência artística; participação em cursos de capacitação.

O Edital é destinado a artistas, técnicos ou quaisquer profissionais da cadeia produtiva da música produzida no estado.

Propostas para viagens nacionais e internacionais podem ser apresentadas desde que estejam previstas para acontecer no período entre o dia 06/12/2010 a 19/12/2010. O prazo final para inscrição das propostas é dia 25/11/2010. Maiores informações estão no Edital de Intercâmbio disponível no seguinte sítio eletrônico: http://musicaminas.blogspot.com/.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Brasil Central Music - Diário de Bordo #2 - UnConvention


Por Luciano Viana

A quinta-feira foi marcada pela maratona musical da UnConvention, que aconteceu no Centro Cultural Martim Cererê, das 9h às 2h. (17 horas de programação).

Contextualizando a programação, a UnConvention é uma ação surgida na Inglaterra, onde produtores culturais e músicos independentes de Manchester se viram necessitados a fazer com que seus trabalhos artísticos ganhassem níveis de expressão dentro do cenário local, e para isso partiram para o modus do “Do it Togheter”, somando uma força coletiva entre todos esses integrantes, ganhando voz e força.

Dentro desse contexto, surgiu a ação da UnConvention Factory, que visa fomentar os músicos e produtores locais através de teoria e prática.
Crédito: Claudio Cologni
A parte prática consiste no projeto de produção e gravação de um álbum-colêtanea de bandas em 24h perante ao público, desmistificando muitas das barreiras impostas nesse processo. E a parte teórica fica por conta de toda a discussão que ronda o ambiente durante esse tempo.

A UnConvention chega em Goiânia na sua décima terceira edição, e a ideia é que ela se torne cada vez mais itinerante, levando discussões interessantes a respeito da cadeia produtiva da música em várias partes do mundo, tentando estabelecer um elo de união entre esses pontos por onde passar.

A programação em Goiânia foi montada em quadros que se dividiam entre meia hora de debate seguida por meia hora de gravação de cada banda, de 9 às 21h. Nas palestras, vários pontos interessantes de pauta, como estratégia de comunicação para bandas e músicos, empreendedorismo na carreira artística e tecnologias de produção. Todos debates contavam na mesa com representantes brasileiros significativos da pauta abordada e ingleses representantes da UnConvention. Tudo de forma bem organizada, com estrutura adequada, tradução simultânea e horários seguidos à risca, o que criou um dinamismo propício para um campo de interação entre plateia e participantes de ambas localidades, numa sensação de troca de experiências muito positiva.

Nos intervalos de debates, vinham as gravações das faixas das bandas goianas que representavam a cena local, sendo a maioria voltada para a vertente rockeira, que talvez seja o nicho em que o “Do it Togheter” levantado pela proposta do projeto tenha chegado com mais força.

O resultado de toda essa maratona foi lançado no mesmo dia e já pode ser conferido no blog da UnConvention Goiânia. Confiram mais fotos no Flickr do UnConvention Goiânia.
Banda Mugo - Crédito: Claudio Cologni
Após às 21h se iniciaram os shows das bandas participantes do projeto, com casa cheia no Martim Cererê, num público acima de 2 mil pessoas para ver as pratas da casa. Destaques para o Mc Dyscreto, o metal visceral do Mugo, a performance sempre incendiária dos Johnny Suxxx and The Fucking Boys e os veteranos do Violins, mostrando músicas inéditas que estarão no seu sexto álbum.

Durante os shows, as trocas de experiências e contatos continuaram, e ainda se estenderão por todo Festival Goiânia Noise, que começa oficialmente hoje.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Brasil Central Music - Unconvention e o "Do it Together"


Brasil Central Music - Goiânia/GO - 17/11/2010
Mesa 04: Unconvention e o "Do It Togheter"
Participantes: Andrew Dubber (Birmingham School of Media at Birmingham City University, Music Think Tank/UK), Ruth Daniel (Fat Northern Records/UnConverntion/UK) e Pena Schmidt (Auditório Ibirapuera)

A quarta e última mesa do dia foi levada em um clima mais descontraído e de troca de experiências. Os ingleses apresentaram o processo da UnConvention, e todo o trabalho de circular, fomentar a produção e valorizar a música produzida de forma independente pelo mundo, sem necessariamente estar presa em um contexto mercadológico mais incisivo. Para isso, colocam como ponto de partida a união em grupo, para que a voz de todos somada ganhe mais força no momento de dialogar com alguma esfera e requisitar pontos importantes para a sua sobrevivência.

A plateia interage com a mesa, adicionando ao contexto o papel da política nessa costura, mostrando como ela é essencial e o quanto pode somar nesse processo. Alguns exemplos de movimentos que vem acontecendo no Brasil são citados e detalhados por vários presentes para situar os ingleses do momento atual que vivemos, e o modelo do Circuito Fora do Eixo é de cara o apontado por todos, e se mostra de fato o mais próximo da forma de trabalho dos visitantes no campo musical.

O papo caminha para o final com ambos os lados empolgados em saber que esses pontos antes nunca conectados já possuem semelhanças que podem e merecem ser trabalhadas, numa ótima perspectiva de câmbio de tecnologias daqui em diante com diversas organizações que tenham como base o trabalho coletivo.

Brasil Central Music - Festivais Independentes no Interior


Brasil Central Music - Goiânia/GO - 17/11/2010
Mesa 03: Festivais Independentes no Interior
Participantes: Ricardo Rodrigues (Festival Contato – São Carlos/SP), Tião Donato (Goiaba Rock – Inhumas/GO) e Talles Lopes (Jambolada – Uberlândia/MG)

Ricardo inicia a mesa falando sobre a origem do Contato, um festival apoiado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). A universidade tinha poucas ações culturais na cidade, e a partir de uma mudança política, se viram estimulados e investiram ações de comunicação, como a Rádio e o Cine UFSCAR. Os dois projetos passaram a fomentar a cena local, e o festival surgiu naturalmente como uma necessidade de catalisar todo esse movimento da cena local.

Ainda evidencia que dentro do festival surgem ações que passam a fomentar a cidade durante o ano inteiro, e não somente no período do festival, como foi o caso do Massa Coletiva, coletivo de produção cultural atuante da cidade que surgiu em grande parte por mérito do Contato, e que hoje também se dedica ao fomento de outros coletivos pelo interior do estado através da rede Fora do Eixo;

Tião Donato ao falar do Goiaba Rock, se diz já contemplado em muitas das falas do Ricardo sobre a estruturação do festival, o que o leva a concluir que as realidades dos festivais do interior são muito semelhantes, independente de que região do país se encontre.

Hoje o Goiaba Rock tornou-se um Ponto de Cultura do Governo Federal, o que os possibilitou investir na estrutura do festival e no crescimento da transversalidade com outras artes.

Talles Lopes faz uma contextualização histórica dos festivais, desde os anos 60, dos antigos formatos de festivais de competição de compositores, festivais esses que revelaram ao Brasil grandes nomes da música popular que são ícones até os tempos atuais. Mas os eventos nesses moldes se extinguem após metade da década de 80, e o nome festival só volta a ganhar força novamente no final da década de 90, mas agora com um outro formato, de ser um apresentador de uma safra de músicos e bandas que estavam de fora do que era apresentado nas mídias de massa, que tinham um compromisso local e tentava ocupar de certa forma o lugar das gravadoras e das rádios, que vinham entrando em crise.

Em 2005, durante o festival Goiânia Noise, surge então a Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes), entidade que foi ganhando musculatura e hoje ocupa importante posição nos âmbitos de discussão de políticas públicas culturais.

Talles ainda aborda as vantagens e desvantagens de se fazer um festival em cidades do interior. Uma das desvantagens claras é o provincianismo, que leva o preconceito aos termos do rock ou da música independente, dificultando o encontro de parceiros que apostem investir no festival. Mas em compensação, existem a vantagens, como a carência de eventos culturais locais que podem dar grande possibilidade da ação se tornar protagonista na cidade, além das redes pessoais em cidades do interior serem menores e mais curtas, o que permite que um produtor possa chegar com mais facilidade à um diálogo com o poder público. Importante ponto levantado para Minas, que é um dos estados com o maior número de festivais independentes que se encontram em pleno momento de expansão.

Brasil Central Music - Partido da Cultura - PCult


Brasil Central Music - Goiânia/GO - 17/11/2010
Mesa 02: Partido da Cultura - PCult
Participantes: Fabio Pedroza (Móveis Coloniais de Acaju e CEBAC), Pablo Kossa (Fósforo Cultural) e Talles Lopes (Abrafin e Circuito Fora do Eixo)

Os dois primeiros convidados da mesa fizeram observações sobre a atuação política da classe cultural local, trazendo o contexto do Distrito Federal e de Goiânia respectivamente.

No Distrito Federal, a classe se uniu e escreveu em conjunto uma carta de princípios para ser apresentada aos candidatos da última eleição, sendo endossada por 3 representantes deles. Consideraram a mobilização eficaz, e agora se unem para procurar as formas de cobrar a colocação em prática das atividades descritas, o que seria uma grande revolução na cultura local, já que a situação atual por lá é de grande descaso na área.

Já Goiânia vem apresentar talvez uma das mais eficientes mobilizações da sociedade civil em torno do Pcult nessas eleições. De acordo com Kossa, eles já haviam conquistado muita coisa, principalmente no meio do rock independente da cidade, mas viram toda essa construção se ruir aos poucos, levando a um retrocesso da política cultural praticada. Um dos ícones desse momento delicado foi a desativação do Centro Cultural Oscar Niemeyer, espaço que vinha sendo ocupado estrategicamente por representantes ativos da produção cultural da cidade. Diante dessa situação, a classe cultural se mobilizou e fez barulho através do movimento “Rock pelo Niemeyer”, onde diversos artistas e agentes da cultura local, principalmente ligados ao rock independente, foram às ruas, com direito a trio elétrico, numa movimentação até o espaço desativado pelo poder público, o que gerou grande repercussão não só no âmbito local, mas também nacionalmente.

Logo em seguida esses movimentos ganharam voz ativa dentro dos planos de governo dos candidatos da eleição, e passaram a pautar diretrizes do setor cultural, que a partir de agora serão acompanhadas de perto por essa mobilização.

Já Talles Lopes veio trazer uma visão mais global do Partido da Cultura. Ele começa colocando a origem do PCult, que surge como um movimento apartidário que visa trazer a cultura para dentro da pauta política, e mostrar que ela é uma plataforma econômica que transversa com várias outras áreas da estrutura social da sociedade.

Talles ainda faz análise que a ocupação dentro do debate eleitoral do executivo não foi de grande êxito nesse primeiro momento, mas que houveram interessantes diálogos com parlamentares em diversos estados.

Finalizando, é colocado os próximos desafios do Pcult agora nesse período pós-eleição:
- construir um programa mais concreto com os princípios levantados durante o período anterior para ser levado aos novos nomes que assumirão papéis na nova configuração política de cada localidade;
- articular um campo de interlocução parlamentar cada vez mais forte em cada estado, erguendo uma frente da cultura que assumirá o papel de cobrança, de pressão;
- estruturar um núcleo de pesquisa para fornecer dados para defender os princípios levantados e apresentados à esses representantes culturais, possibilitando uma defesa mais concreta dos argumentos posicionados.

Brasil Central Music - Gestão de Espaço Público


Brasil Central Music - Goiânia/GO - 17/11/2010
Mesa 01: Gestão de Espaço Público
Participantes: Carlos Brandão (gestor do espaço Goiânia Ouro e antigo gestor do Martim Cererê), Pena Schmidt (Auditório Ibirapuera) e Jean Gomes (presidente do Conservatório de Lisboa)

Carlos Brandão iniciou sua fala contextualizando a época em que assumiu a gestão do Martim Cererê em 1999, um local que era esquecido pelo poder público, com problemas estruturais graves, e acabou conseguindo exercer sua plena utilização, montando um calendário vasto e qualificado, chegando ao expressivo número de 450 eventos por ano. Para atingir essa marca e fazer uma boa gestão de um espaço público, ele defendeu 3 pilares importantíssimos no processo: procurar e estabelecer relações com parceiros que acreditem na proposta; trabalhar com mão de obra qualificada; e “casar” com o espaço, expressão utilizada por ele para ilustrar a relação orgânica que deve ser estabelecida.


Em seguida, Pena Schmidt abriu sua experiência do Auditório Ibirapuera, um espaço doado pela iniciativa privada, que deteve sua direção por 5 anos, o entregando depois de presente ao poder público, que hoje o mantem através do Ministério da Cultura.

Outro ponto levantado foi o modo de gestão do espaço, que é diferenciado da maioria das casas de show desse porte no Brasil, já que eles não são abertos a grandes espetáculos comerciais, prezam pela programação de artistas diferenciados, tendo a qualidade como fator norteante.

Jean Gomes é o terceiro nome da mesa e conta sobre sua experiência, que é de um economista que começou a administrar um espaço cultural, dando uma visão pouco mais mercadológica. Citou a importância do investimento privado (o espaço que ele trabalha é totalmente financiado dessa forma).

Instigados pela plateia, ambos participantes da mesa se posicionam sobre a importância das leis de incentivo e o benefício fiscal, para que possam realizar extensões do trabalho que a casa oferece ao público e chegar em programações diferenciadas.

Brasil Central Music - Diário de Bordo #1


A Brasil Central Music já é uma feira tradicional no estado de Goiás e esse ano foi a grande catalisadora de várias ações de produtores e agentes de Goiânia e do interior do estado. A programação começou no sábado, dia 13/11, com o festival Release Alternativo, promovido pela Fósforo Cultural. 

O Fórum da Música de Minas enviou os representantes Lucas Mortimer e Luciano Viana para acompanhar a feira a partir de 17/11, dia das principais palestras da BCM, e para divulgar as ações do Programa Música Minas e a música de Minas. 

A programação do dia 17/11 foi intensa, com 4 mesas de debates sobre temas importantes que acompanham o atual momento do mercado musical. Os posts que seguem contam com um breve relato de Luciano Viana sobre cada uma delas, com os pontos mais importantes levantados pelos componentes das mesas e pela plateia.

A Brasil Central Music segue até o domingo, contando ainda com a intervenção da Unconvention, que leva pela primeira vez pra fora da Inglaterra, direto para Goiânia Rock City, o projeto Unconvention Factory. Acompanhe o blog para mais informações.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

CMJ Music Marathon - Diário de bordo #4

Voltando da CMJ Music Marathon, encontramos com o Kiko Klaus e demais integrantes do grupo que foram representar a música mineira em Nova York por meio do Edital de Intercâmbio Cultural do Programa Música Minas. Segue abaixo um vídeo com depoimentos do Kiko e da produtora Flávia Mafra sobre essa experiência na CMJ e com o Edital de Intercâmbio.

O Fórum da Música de Minas segue viagem para a Womex com uma comitiva de 8 pessoas, para dar continuidade as articulações que vem sendo construidas ao longo das participações nas duas últimas edições da feira. Vitor Santana irá continuar viagem para Copenhagen, mas deixa aqui seu último depoimento sobre a CMJ.



domingo, 24 de outubro de 2010

CMJ Music Marathon - Diário de bordo #3


Chegamos ao final da CMJ Music Marathon com um saldo muito positivo no entendimento do mercado americano e nas articulações e pontes construidas para dar continuidade nas relações Minas/NY/EUA nos próximos anos.

Na sexta-feira a tarde conversamos com o músico e produtor Sérgio Ugeda, da banda Debate e da Tronco Produções, que está participando pela quarta vez na CMJ. A primeira vez participou como banda, se apresentando em Nova York e aproveitando para armar uma grande turnê pelos EUA (de Seattle a Miami). Ele está desenvolvendo um projeto de uma agência para promover turnês aqui na américa do norte e nos contou um pouco de sua experiência com o mercado americano.


O encontro foi na casa Piano's no Lower East Side, que possui uma estrutura muito bacana com 3 ambientes: hall de entrada com mesas e bar, espaço pra show no primeiro andar com ótima acústica e isolamento (para shows mais fortes) e outro espaço no segundo andar também com uma ótima acústica para shows mais tranquilos.


É notável a grande diferença da qualidade entre as casas de show de Nova York e do Brasil. A comparação talvez seja desleal considerando-se a peculiaridade do tamanho e riqueza de Nova York, mas o fato é que o nível de todas as casas que visitamos era excelente. Isso, aliado ao grande profissionalismo das bandas resultou em shows de altíssima qualidade, raramente vistos no Brasil, exceto nos festivais.

A ideia aqui é realmente colocar o dedo na ferida dos agentes da cadeia produtiva da música de Minas, para buscarmos alternativas para melhorar as condições de trabalho dos músicos, técnicos e produtores e proporcionar eventos de alta qualidade para o público mineiro. Temos que nos estruturar para que possamos, além de exportar a música mineira, receber artistas e bandas de fora e criar um campo fértil para o intercâmbio cultural e musical entre Minas e o mundo.

Na sexta-feira a noite mais uma prova da qualidade das casas de show de Nova York. Visitamos o Mercury Lounge, também no Lower East Side, para conferir o show da experiente banda novaiorquina Nada Surf. Formada em 1992, a banda tem 6 discos lançados e já transitou entre o independente e o mainstream. Jogando em casa, eles lotaram o espaço e fizeram um show contagiante do início ao fim.



No último dia da feira, não houveram mais painéis, mas a maratona de shows continuou. Passamos mais uma vez pelo Piano's para encontrar com o Robert Singerman, mas sem sucesso. A noite foi na Broadway, no Gramercy Theater, para conferir o show do Helmet. A banda não tocava em NYC há um bom tempo e o público foi a loucura do início ao fim dos 60min de show.


Ficou claro que a CMJ Music Marathon é uma das feiras mais importantes da américa do norte e que este é o caminho para dialogar com o mercado musical independente americano.

As articulações continuam semana que vem na Womex 2010 em Copenhagen na Dinamarca. O Fórum da Música de Minas está enviando 8 representantes para a maior feira internacional de worldmusic.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pré-selecionados para o Edital de Intercâmbio Cultural no mês de outubro/2010

O Programa Música Minas anuncia a lista das propostas selecionadas na terceira curadoria do Edital de Intercâmbio Cultural. Este edital concede passagens aéreas para que agentes da cadeia produtiva e criativa da música possam viabilizar viagens para representar o nome de Minas em em shows, eventos, feiras e festivais nacionais e internacionais.

4instrumental: Festival Calango - Cuiabá/MT

Érika Machado: Cultur.Gal - Pontevedra/ESP

Fernanda Takai: Festival de Otõno - Buenos Aires/ARG

Graveola e o Lixo Polifônico: Festival Calango - Cuiabá/MT

Kiko Klaus: Cultur.Gal - Vigo/ESP

Marcelo Santiago: Festival Goiânia Noise - Goiânia/GO

Toninho Horta: 11th Annual Latin Grammy - Las Vegas/USA



quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CMJ Music Marathon - Diário de bordo #2

Já estamos no terceiro dia de atividades aqui na CMJ Music Marathon. Cada vez entendendo melhor o propósito do festival e fazendo contatos para estreitar as relações entre o mercado americano e a música de Minas e do Brasil.

Participamos de alguns painéis, que são muito voltados para os artistas e para os "direitos dos artistas", principalmente questões relacionadas aos direitos de execução. A programação de shows é realmente impressionante e impossível de acompanhar. São mais de 50 lugares da cidade recebendo mais de 1200 atrações. Confiram o depoimento do Vitor Santana sobre os contatos e articulações feitas nesses últimos dias:


Na noite de ontem optamos por conhecer um dos grandes espaços da música e do esporte de Nova York, o Madison Square Garden. A atração da noite era a banda francesa de rock eletrônico Phoenix, que fez um show espetacular para a arena lotada. A estrutura do lugar é impressionante e o profissionalismo do show é de dar inveja. O som era tão bom que parecia playback e a iluminação dava um clima especial para cada música.


Além da CMJ, conversamos com representantes da Casa MAC em Nova York e estamos articulando a participação de músicos mineiros no evento que será produzido por eles em abril de 2011 aqui em Nova York, chamado Arte de Minas na América.

Som do Brasil @ Columbia University Radio
Vitor Santana também participou de um programa semanal chamado "Som do Brasil" da rádio da Columbia University e falou sobre o Programa Música Minas e a música mineira.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

CMJ Music Marathon - Diário de bordo #1

O primeiro dia de atividades na CMJ Music Marathon em Nova York foi extremamente produtivo. Participamos de um painel sobre licenciamento de música para televisão, cinema e vídeos. A primeira impressão é de que a indústria fonográfica ainda pauta as ações e direcionamentos de carreira dos independentes.


No fim da tarde encontramos com Robert Singerman, um dos diretores da CMJ, que já trabalhou na agência de exportação da música da França e hoje trabalha com tradução de letras. Ele nos deu várias dicas sobre a CMJ, contou um pouco de seu histórico e apontou para possiveis parcerias com o Brasil e Minas Gerais num futuro breve.


A noite fomos para a festa da Gigmaven no Canal Room e assistimos a bons shows de Syvia e Year of the Tiger. Encontramos com Brendan Young do Gigmaven e marcamos de encontrar pra conversar mais sobre seu site de relacionamento entre produtores e artistas para agendamento de shows.

Amanhã vamos acompanhar mais painéis e buscar integração com representantes de rádios universitárias norte-americanas.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Participação em Feiras - CMJ Music Marathon

Uma das principais ações do Programa Música Minas é a participação em feiras de música nacionais e internacionais. No ano passado o Fórum da Música de Minas enviou representantes para 6 feiras, sendo três internacionais (Womex, Bafim e Mercado Cultural Bogotá). Esse ano, mesmo com recursos reduzidos, o número continua, mas com a inserção de uma das maiores feiras de música do mundo, a CMJ Music Marathon em Nova York.

A CMJ (College Music Journal) é uma rede que conecta os fãs de música aos profissionais do mercado musical, se relacionando através de midias interativas, eventos e veículos impressos com grande participação de várias rádios universitárias americanas.

Seu principal evento é a CMJ Music Marathon que acontece anualmente em Nova York. Esse ano a feira acontece de 19 a 23 de outubro e reune mais de 1200 artistas e conta com uma extensa programação de painéis.

O mercado americano é bem peculiar e estamos aqui para estudá-lo e abrir portas para a música mineira na terra do Tio Sam.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Pré-selecionados para o Edital de Intercâmbio Cultural no mês de setembro/2010

O Programa Música Minas anuncia a lista das propostas selecionadas na segunda curadoria do Edital de Intercâmbio Cultural. Este edital concede passagens aéreas para que agentes da cadeia produtiva e criativa da música possam viabilizar viagens para representar o nome de Minas em em shows, eventos, feiras e festivais nacionais e internacionais.

Luiz Gabriel Ferreira Lopes
Encontros Atlânticos: Portugal Tour
Lisboa/ Portugal
11/10 a 4/11
Rafael Carneiro Nassif
Komposition Seminãre - Stutgart Musikhoschschule
Stuttgart/ Alemanha
18/10 a 15/12
* Maurício Tizumba e Grupo Tambor Mineiro
XVII Fiesta de La Cultura Iberoamericana
Holguin/ Cuba
23/10 a 31/10
Quarteto de Clarinetas Clariventos
V Festival BNB da Música Instrumental
Fortaleza/ Brasil
20/10 a 30/10
Kiko Klaus
CMJ Music Marathon & Film Festival
Nova York/ EUA
17/10 a 24/10

* Aprovação sujeita a disponibilidade de passagens nas datas solicitadas.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

SELEÇÃO DO EDITAL DE CIRCULAÇÃO DO PROGRAMA MÚSICA MINAS 2010


No dia 23 de agosto, a curadoria do Edital de Circulação do Programa Música Minas, formada por Alexis Parrot, Benjamin Taubkin, João Paulo Cunha, Pedro Alexandre Sanches e Werner Silveira, se reuniu para selecionar os artistas do referido edital e assim descreve o encontro:

"A Banca Examinadora reconhece o excelente nível de várias propostas enviadas e o momento criativo por que passa a música em Minas Gerais. Não foi sem dificuldade que chegamos ao resultado final. Procuramos contemplar a diversidade da música de Minas com projetos que a nós pareceram originais e em diálogo com o momento atual da cultura brasileira".

Os artistas selecionados foram:
  • Alexandre Andrés
  • Sérgio Pererê
  • Titane
  • Leopoldina
  • Jorge Bonfá
  • Kristoff Silva
  • Sérgio Santos
  • Graveola e o Lixo Polifônico
  • Mestre Jonas
  • Weber Lopes
Atenciosamente,

Fórum da Música de Minas e Fundação Clóvis Salgado

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Edital de Intercâmbio Cultural - últimos dias para pedir passagens para Outubro

As inscrições para o Edital de Intercâmbio Cultural são mensais, até dezembro. Para pleitear passagens para evento em Outubro, o artista/grupo deve ser inscrever até 02 de setembro.

Leia o Edital de Intercâmbio Cultural.

Para se inscrever, basta ter uma carta convite de um evento ou festival de expressão nacional e/ou internacional. Essa é uma forma de incentivar o artista/grupo a buscar espaços no mercado, correndo atrás de convite de festivais e eventos para poder apresentar seu trabalho.

Confira as datas limite para pleitear passagens para os seguintes meses e programe-se para pedir cartas convite:

  • Outubro: 02/09
  • Novembro: 04/10
  • Dezembro: 02/11
Lembrando que as viagens em dezembro devem ser feitas na primeira quinzena, para haver tempo de prestar contas para a Fundação Clóvis Salgado.

sábado, 21 de agosto de 2010

Inscrições para o Catálogo Música Minas prorrogadas até 30 de agosto

O Fórum da Música de Minas anuncia a prorrogação do prazo de inscrição nos Catálogos Música Minas 2010, até dia 30 de agosto, devido ao baixo número de inscrições.

Para se inscrever, leia com atenção a convocação e preencha o formulário online.

Quaisquer dúvidas podem ser enviadas para contato.musicaminas@gmail.com

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Manifesto pela Cultura de Minas Gerais

O Movimento pela Cultura de Minas, integrado por dezenas de artistas, técnicos, produtores e militantes da cultura, que há cerca de dois meses vem discutindo a realidade da área no Estado, convida todos a endossar o Manifesto pela Cultura de Minas Gerais, cuja íntegra está no arquivo abaixo. Trabalhamos para que este seja mais um passo na construção de um Fórum da Cultura de Minas forte e atuante. 

Para aderir o manifesto, envie e-mail para manifestodaculturademinas@gmail.com com nome completo, entidade da qual participa (quando aplicável), área de atuação, função na entidade,  número da identidade, e-mail e a cidade na qual atua.
Manifesto pela Cultura de Minas Gerais

A Cultura é um direito garantido pela Constituição Brasileira de 1988. Os Direitos Culturais estão expressos na Convenção da UNESCO sobre a Diversidade Cultural de 2005, ratificada pelo Brasil em 2007, na Recomendação da UNESCO acerca do status do artista de 1978, da qual o Brasil também é signatário, e em um infindável número de tratados e fóruns internacionais. Cultura é cidadania, é desenvolvimento humano, é essencial às transformações e, além de sua relevância econômica, possui grande capacidade de movimentar o real e o imaginário no cotidiano de cada um de nós.

O setor cultural e criativo, que representa mais de 5% do PIB brasileiro precisa receber tratamento condizente com a importância de seu papel no Estado de Minas Gerais! Segundo o “Sistema de Informações e Indicadores Culturais” (IBGE/MINC, 2006) o setor era, já em 2003, responsável por 5,7% dos empregos formais no país, 6,2% do número de empresas, 6% do valor adicionado geral e 4,4% das despesas médias das famílias.

Nós, artistas, técnicos, produtores e cidadãos, das mais diversas etnias e credos, clamamos por uma política pública de Estado compatível com a herança histórica e cultural tricentenária de Minas. Uma política embasada em números concretos e medidas conseqüentes, que reflita o cumprimento da responsabilidade constitucional do Estado de garantir o financiamento direto à Cultura, através de recursos próprios de seu orçamento. E nós, sociedade civil organizada, queremos participar ativamente dessa mudança!

Por isso, as diversas categorias profissionais e segmentos que atuam no setor cultural e criativo de Minas Gerais vêm a público firmar as seguintes reivindicações:

1.Que haja o pleno reconhecimento e adoção pelo Governo de Minas Gerais da totalidade das recomendações da Convenção da UNESCO (2001) Sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, da qual o Brasil é signatário;

2.Que a Secretaria da Cultura realize um Censo Cultural de Minas Gerais, que sirva como um instrumento orientador das políticas públicas de Cultura no Estado;

3.Que se ampliem os recursos destinados à ação direta da Secretaria de Estado da Cultura para no mínimo 1,5% do orçamento do Estado e 1% para os municípios, conforme a PEC 150/2003, já aprovada na Comissão Especial de Tramitação do Congresso Nacional;

4.Que haja a implantação imediata do Conselho Estadual de Cultura de Minas Gerais e dos conselhos municipais - inclusive o de Belo Horizonte - com representação paritária e funções deliberativa, consultiva e propositiva, conforme as diretrizes do Sistema Nacional de Cultura (SNC);

5.Que o governo de Minas reformule a estrutura da Secretaria de Estado da Cultura, visando seu fortalecimento institucional, orçamentário e técnico e sua atualização conceitual e programática, considerando sua missão de formular, executar e avaliar as políticas públicas de Cultura no Estado; criando, inclusive, diretorias representativas dos setores culturais organizados;

6.Que haja a implantação urgente de Secretarias de Cultura nos municípios mineiros, inclusive em Belo Horizonte, conforme as diretrizes do SNC;

7.Que a Secretaria de Estado da Cultura apóie e fortaleça as manifestações da cultura popular, do folclore e o patrimônio histórico e artístico - material e imaterial - de nosso Estado;

8.Que o governo de Minas garanta dotação orçamentária para manter e aperfeiçoar o funcionamento pleno dos órgãos da administração direta, autárquicos e fundacionais ligados à Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais;

9.Que o governo de Minas garanta, através da criação de editais públicos, maior democratização e transparência na liberação e destinação dos recursos de incentivo fiscal destinados à Cultura pelas empresas estatais (Cemig, Gasmig, Copasa, etc.);

10.Que a Secretaria Estadual de Cultura promova a revisão conceitual e conseqüente reestruturação dos mecanismos de financiamento já existentes (Lei Estadual de Incentivo à Cultura e Fundo Estadual de Cultura) visando uma melhor distribuição e aplicação dos recursos incentivados no Estado, a partir de critérios estabelecidos democraticamente no âmbito do Conselho Estadual de Cultura;

11.Que a Secretaria de Estado da Cultura atue de forma integrada com as demais secretarias de Estado e órgãos afins com o objetivo de desenvolver programas transversais envolvendo áreas importantes – a exemplo da Educação e do Turismo –, que tenham dotação orçamentária originária também nessas secretarias;

12.Que o governo de Minas trabalhe para que o Brasil ratifique a Recomendação Acerca do Status do Artista, instrumento internacional promulgado pela UNESCO em 1978, do qual o Brasil é signatário, que concita os governos a criarem melhores condições de trabalho para os artistas, buscando através de um diálogo constante soluções que atendam tanto aos pleitos da classe artística quanto às prerrogativas do pleno interesse público;

13.Que a Secretaria de Estado da Cultura coloque em discussão ampla, participativa e democrática o projeto de implantação do Circuito Cultural da Praça da Liberdade;

14.Que haja participação efetiva e paritária da sociedade civil organizada nos Conselhos diretivos da Rede Minas de Televisão e da Rádio Inconfidência, de forma a garantir a representatividade da diversidade da cultura produzida no Estado de Minas Gerais.

Belo Horizonte, agosto de 2010